Dos palcos para o Youtube: o IFNMG Campus Diamantina orgulhosamente apresenta o espetáculo “Alice(?)”, realizado pelo terceiro ano do ensino médio integrado em Teatro
Nos dias 19 e 20/10, foi realizado o espetáculo "Alice (?)", montagem de parte da turma do 3º ano do Ensino Médio Integrado em Teatro, no Teatro Santa Izabel, em Diamantina/MG. O vídeo da apresentação, para quem perdeu e para quem deseja rever, acaba de ser lançado em nosso canal do Youtube. Confira aqui a segunda sessão do espetáculo.
A peça, dirigida pelo Prof. Flávio Rabelo, foi desenvolvida ao longo de todo o ano letivo de 2023, a partir de um processo colaborativo junto a discentes envolvidos, que atuaram na adaptação do clássico Alice, de Lewis Carroll, em inúmeros processos de criação como pesquisa, dramaturgia, direção de arte, cenografia e sonoplastia.
A proposta buscou priorizar a noção de jogo teatral e de cena aberta, assumindo a metalinguagem como um recurso cênico e o corpo brincante como inspiração. Para o desenvolvimento da peça e preparação dos atores, foi realizada ainda a oficina de extensão “Palhaçaria e Tempo Cômico”, com o artista Paollo Preto, o Palhaço Bambu, além da peça contar com a supervisão de coreografias da Profa. Mariana Emiliano do IFNMG Campus Diamantina.
A partir de um rico processo de aprendizagem e formação de nossos estudantes, “Alice(?)” encheu o Teatro nos dois dias de apresentação, com ingressos esgotados minutos depois da abertura da bilheteria, o que demonstra a importância do curso e a demanda do público. Como destaca o diretor e professor Flávio Rabelo, “o curso integrado de Teatro do IFNMG é o único no país nesse formato, ou seja, é uma preciosidade que Diamantina e região tem. Visto que essa região tem uma vocação natural para as artes, é um privilégio que alunos ainda no ensino médio tenham essa oportunidade de começar sua formação enquanto artistas. Levando-se em conta os aspectos pedagógicos que o Teatro demanda, como autoconhecimento e trabalho coletivo, por exemplo, propiciar esse contato para jovens formação traz muitos benefícios, independente da futura profissão que esses jovens vão seguir”.
Questionando o que há de “estranho” em todos nós, considerando uma perspectiva situada em Diamantina/MG, a peça foi construída a partir de uma espécie de cerrado fantástico, circense, ancestral e futurista, psicodélico e delirante, com uma Alice tipicamente mineira, inquieta, bem-humorada e boa de prosa, perdida entre sombras e sonhos. Como ainda comenta o professor: “A magnitude do teatro está na sua fragilidade. Tudo pode ruir a qualquer instante, na frente de todos os presentes: o texto pode sumir da memória, o equipamento pode pifar, o objeto cair, o corpo tropeçar. Cada processo criativo em Teatro traz uma série de aprendizados, para além dos conteúdos específicos de linguagem. Esse com Alice tem sido sobre cair, sobre como não temer a queda e usá-la como impulso para ficar em pé de novo. Ou, como diz o Chapeleiro para Alice: ‘cair nem sempre é ruim’. Trilhar esse caminho junto com dezenove jovens artistas em formação foi uma aventura gigantesca que só foi possível porque o teatro é colaboração e ritual coletivo”.
Vinícius Magalhães, discente do curso de Teatro e também ator da peça, relata sobre parte do processo de montagem e da sua participação no espetáculo, “o processo de criação da nossa peça de formatura foi de uma jornada sem igual, pois em 9 meses de processo nasceu um espetáculo fruto de tudo que nós vivemos, sentimos, sofremos e nos alegramos. Aos poucos, fomos descobrindo cada nuance da história, seus temas e suas estéticas: o estranho, a falta da normalidade, o sonho, e não podia faltar: Minas Gerais. Juntos conseguimos. Chegamos ali, no palco, com a casa cheia, cheia de amigos, família, e um carinho e amor imbatível. Nossa última apresentação foi com tudo, botamos para quebrar. Todos estavam confortáveis nos seus papéis, com seus textos, corpos e dinâmicas, e começaram as oportunidades de brincar e explorar com cada detalhe e com o público. Terminamos nossa jornada assim: com um espetáculo espetacular muito especial. Para muitos foi a primeira vez em um palco italiano, e espero que não seja a última. A pós-produção se dá a pensamentos e lembranças boas do que vivemos, enquanto guardamos e organizamos objetos cênicos, guardamos junto a memória e sentimentos que os acompanham. E este foi um testemunho; do teatro! Ver com os próprios olhos e sentir na pele o que é e o quão importante é essa arte, esse curso, estes colegas e professores… Agradeço cada um! Muito obrigado!”
Destacamos que a peça contou com a Produção do NUPAC - Núcleo de Produção em Artes Cênicas e, como evento de extensão, teve a participação dos discentes voluntários, Ana Rosa Riane, Fernanda Rodrigues, João Vitor Oliveira, Rhayane Moraes, Sofia Heldn e Vívian Guedes.
Conheça um pouco de como foi o evento, através das fotografias tiradas por Lin Égas, fotógrafa e mãe de Vinícius, que nos contou aqui parte da sua experiência.
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