Estudantes do Campus Diamantina participam de oficina Literária em parceria com o Museu do Diamante

Uma colaboração única entre a Técnica em Assuntos Educacionais do Museu do Diamante (MD), a escritora Marcela Mazzilli Fassy, e a Professora de Literatura e poeta Marli Fróes resultou em um projeto que visa estimular a criatividade literária e a reflexão sobre temas contemporâneos.

O projeto consiste em uma série de três oficinas literárias, destinadas às turmas do 3° ano do Ensino Médio da Professora Marli Fróes, juntamente com a participação da equipe educadora do MD.

O principal objetivo das oficinas é promover o gosto pela leitura e pela produção textual, especialmente em relação a textos criativos. Além disso, os estudantes têm a oportunidade de explorar obras de autores nacionais e estrangeiros, além de debater e refletir sobre questões da sociedade contemporânea sob uma perspectiva literária.

Os resultados das oficinas são expostos de forma única, em varais literários, que estão atualmente exibidos na sacada da Casa de Chica da Silva. Os interessados podem visitar a exposição e contemplar o talento e a criatividade dos jovens escritores. O Museu do Diamante, localizado na Praça Lobo de Mesquita, 266 - Centro, Diamantina/MG, permanece aberto para visitação de segunda a sexta, das 9 horas às 17 horas.

Mais detalhes...

A primeira oficina, realizada em março, explorou o tema "Mulheres que Escrevem: Diálogos entre Carolina Maria de Jesus, Clarice Lispector e Virginia Woolf". Os alunos foram apresentados à técnica do fluxo de consciência e do monólogo interior por meio da obra de autores como Marcel Proust, Clarice Lispector e Virginia Woolf. A exposição resultante da oficina foi elogiada por turistas e marcou um grande sucesso.

A segunda oficina, que aconteceu na última sexta-feira, 11/08, teve o tema "Descobrindo os Jardins da Chica com Manoel de Barros". Essa atividade única aconteceu nos jardins da Casa da Chica e teve como foco a exploração poética do meio ambiente. Os estudantes foram encorajados a absorver a poesia de Manoel de Barros enquanto caminhavam pelo jardim, observando, fotografando e, posteriormente, escrevendo sobre os elementos naturais ao seu redor. A exposição das poesias resultantes dessa oficina pode ser apreciada no Museu do Diamante.

Conforme a professora Marli Fróes “foi um momento rico em aprendizagens, sobretudo das aprendizagens tácteis, visuais, enfim sinestésicas, tão importante na formação integral do indivíduo. A escola tem que sair das quatro paredes, ocupar espaços outros, em que a conexão com a natureza, com os viventes seja possível. É preciso reeducar o olhar, o corpo para a sensível da vida. A urbes, o modelo capitalista e o modelo escolar engessam as pessoas, impedem os processos criativos e a conexão amorosa com a natureza. É preciso voltar urgentemente para a natureza animal, vegetal e mineral a fim de garantirmos a saúde social. Foi lindo ver os alunos escrevendo poesias, realizando reflexões, ressignificando o “estar no mundo”. Uma das imagens mais lindas foi ver alguns alunos subindo nas árvores, recuperando o aspecto brincante da vida.”

Para a estudante Lavínia, “a visita ao Museu do Diamante em Diamantina, MG, foi incrivelmente enriquecedora. Através dessa visita, aprendi sobre poemas e poetas que antes eu não conhecia. Pude apreciar a vida entendendo como as pessoas viviam, e também a importância de observar os pequenos detalhes da vida cotidiana. Fotografar os detalhes daquele ambiente e depois escolher uma imagem e fazer um poema sobre a imagem, foi desafiador, pois nunca parei para fazer isso. Além disso, explorar os objetos que estavam presentes na época de Chica da Silva foi uma experiência fascinante. Pude imaginar como eram utilizados e como representavam a cultura e a sociedade daquele momento. De fato a história de Chica da Silva, uma figura tão emblemática, ganhou vida diante dos objetos que a cercavam. A conexão com o passado e a compreensão das diferentes perspectivas da época são preciosas lições que levarei comigo. Essa visita me fez refletir sobre como a história é rica e complexa, cheia de nuances e histórias individuais, reforçando a importância de preservar e valorizar nossa herança cultural e a vida.”

Após a oficina, os alunos tiveram a oportunidade de comemorar o Dia do Estudante no recém-inaugurado Parque Urbano Gustavo Botelho Júnior, próximo à Casa da Chica da Silva. A visita ao Museu e a participação em uma exposição coletiva no Teatro Santa Izabel também enriqueceram a experiência dos alunos.

Na sequência a Professora Marli Fróes encaminhou os alunos para o Teatro Santa Izabel para visitarem a Exposição “Solo Plural”, uma exposição coletiva, realizada pela Secretaria Municipal de Cultura e patrimônio e Teatro Santa Izabel, de curadoria de Gracíola Rodrigues e Jéssica Bento, que conta com trabalhos de dois alunos do Campus Diamantina: Vinicius Égas, do 3º ano de teatro e Izabela Aguiar do 2º ano de Meio Ambiente. Confira as obras:

Uma situação inesperada para o aluno Bernardo de Souza Silva, estudante do 3º ano de Informática, aconteceu durante a visita à exposição. Bernardo se deparou com uma obra da artista Ju Cyrillo, que consistia em um mosaico composto por várias fotografias, e o que chamou a sua atenção foi uma foto 3x4 dele mesmo, quando ainda era mais jovem.

O momento foi repleto de surpresa e risadas, já que Bernardo não fazia ideia de como essa foto havia parado nas mãos da artista e acabado como parte da obra de arte. O encontro inusitado entre o aluno e um retrato de seu passado criou um momento de conexão única entre sua história pessoal e o cenário artístico da exposição.

O fato se torna ainda mais curioso considerando que Bernardo comemorava seu aniversário naquele dia. Um presente da vida que se revelou através do mosaico de fotos, adicionando um toque especial e inesperado à sua celebração.

 O projeto tem se mostrado uma iniciativa bem-sucedida para engajar os estudantes em atividades literárias e culturais, proporcionando-lhes oportunidades únicas de aprendizado fora das salas de aula convencionais. Com o incentivo à expressão criativa e à conexão com a natureza, esse projeto se destaca como um modelo para a educação holística e enriquecedora.