IX Simpósio de Informática: Saiba como montar sua startup

Você já ouviu falar em startup? O termo é recente por aqui, mas nos Estados Unidos falar em startup já é comum há décadas. O IX Simpósio de Informática decidiu trazer a discussão desse modelo de negócio para o Norte de Minas e convidou a administradora e proprietária da Better Consultoria Ltda., Cecília Bettero, e o engenheiro da computação e executivo da Fundação de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Agropecuária Norte Mineira (Fundetec), Haroldo de Moraes Lopes, para ampliar o debate.

Cecília ministrou a palestra "Start suas ideias. Up sua região", Haroldo falou sobre "Programa de apoio às tecnologias aplicadas ao desenvolvimento sustentável" e juntos, na tarde desta quinta-feira, dia 16, esclareceram dúvidas e deram dicas aos profissionais e estudantes presentes no Simpósio.

Ser empreendedor faz toda a diferença

Segundo Cecília, startup é "um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza". Ser repetível significa produzir e ser capaz de entregar o mesmo produto numa escala potencialmente ilimitada sem que haja diferenciações para cada cliente e escalável diz respeito ao crescimento da empresa. Agora, trabalhar em condições de incerteza é ter consciência de que a ideia pode não dar certo.

Mas para Cecília, ser empreendedor nesse contexto faz toda a diferença. Ela explica: "O empreendedor estabelece metas. Ele sabe o que ele quer a longo e a médio prazo. Essa é a primeira característica que diferencia aquele que faz daquele que espera".

A empresária define empreendedorismo como a capacidade de realizar. "Uma postura empreendedora consiste na iniciativa de enfrentar novos negócios e melhorar aqueles que já existem, tendo um conjunto de conhecimentos relacionados à forma de agir", afirma Cecília.  Ela ainda esclareceu a diferença entre empreender e inovar. "Empreender é resolver problemas; inovar é resolver novos problemas".

Investimento

De acordo com o engenheiro Haroldo de Moraes, 31% das starups estão em São Paulo, 9% em Minas Gerais e 8% no Rio de Janeiro. Haroldo defende a transformação desse cenário. Para isso, a Fundetec apoia projetos inovadores. "Nós vamos avaliar todos os projetos. Essa é a nossa função. A Fundetec não é um banco, mas se sua ideia for aprovada, nós arrumamos o dinheiro", garantiu Haroldo, que vai analisar a possibilidade de firmar um convênio junto ao IFNMG para facilitar o apoio aos projetos.

Os alunos Nailton Barbosa de Souza e Ailon Gomes Pereira, do curso técnico em Informática do IFNMG-Campus Teófilo Otoni, ficaram animados com a notícia. No ano de 2015, eles propuseram a criação de aplicativos em um concurso realizado pelo Sebrae na região.

Nailton Barbosa explica que propôs a criação de um aplicativo e de um site que ajudasse as pessoas a compreenderem termos específicos na área do direito imobiliário. Ailon Gomes Pereira propôs a criação de um aplicativo por meio do qual o usuário poderia obter informações acerca das linhas de ônibus disponíveis naquele local, bem como os valores e o horário dos ônibus. "Quando eu tive a ideia, eu queria algo que atendesse a população como um todo, não algo só para mim", justifica Ailon. Nailton conta que ficou em 3º lugar e Ailon, em 2º.

Para desenvolver a ideia, Nailton afirma que existem duas barreiras. "O primeiro empecilho é a pessoa não acreditar nela mesma, o segundo empecilho é conseguir apoio, inclusive financeiro". Para Cecília, não basta acredita na ideia. É preciso, antes de tudo, verificar a viabilidade. "Nem toda ideia é uma oportunidade, ela vai ser uma oportunidade se for viável. É preciso ter viabilidade social e econômica. É preciso estudar e ter um bom plano de negócios".

Nailton, Ailon e muitos outros participantes do IX Simpósio de Informática estão de olho na criação das startups. Estudar está sendo o primeiro passo deles.

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