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Resultados de pesquisa financiada pelo IFNMG que investigou covid-19 em macacos é publicada em revista internacional

Publicado: Terça, 11 de Janeiro de 2022, 15h38 | Última atualização em Terça, 11 de Janeiro de 2022, 15h41
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Os resultados de uma pesquisa financiada com recursos do IFNMG (Edital no 21/2020) sobre a possibilidade de infecção de primatas-não-humanos com o vírus da COVID-19 foram publicados na EcoHealth, conceituada revista internacional, no último mês de novembro. O artigo, uma short communication intitulada “No Evidence of SARS-CoV-2 Infection in Neotropical Primates Sampled During COVID-19 Pandemic in Minas Gerais and Rio Grande do Sul, Brazil”, tem como primeiro autor o professor Filipe Vieira Santos de Abreu, do IFNMG-Campus Salinas.

Traduzido para o português, o título já adianta claramente uma das principais conclusões da pesquisa: “Não há evidências de infecção pelo SARS-CoV-2 em primatas neotropicais amostrados durante a pandemia em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, Brasil”. A designação primatas neotropicais, vulgarmente chamados de primatas do novo mundo, aplica-se às várias espécies de macacos que habitam as florestas das Américas do Sul e Central.

Voltando ao artigo, para se chegar à conclusão-título do trabalho, convergiram esforços de uma rede de pesquisadores de oito instituições de ensino e de saúde. O estudo reúne dados de análise referentes a 89 amostras extraídas de 51 primatas neotropicais de quatro espécies – popularmente conhecidas como micos, soins, bugios e guaribas. Os macacos foram capturados em quatro municípios mineiros – Salinas, Berizal, Araçuaí, e Coronel Murta – e sete municípios gaúchos. Nenhuma amostra positiva para o SARS-CoV-2 foi detectada. Segundo os pesquisadores, esse trabalho fornece o primeiro relato sobre a falta de evidências da circulação do novo coronavírus entre primatas neotropicais.

covid macacos 2

Motivação

O SARS-CoV-2 já foi capaz, conforme aponta o artigo, de infectar mamíferos domésticos e cativos, como gatos, tigres e martas. Filipe Abreu explica que a preocupação dos pesquisadores e que motivou o estudo, é em relação à capacidade desse vírus infectar primatas não humanos, devido às semelhanças genéticas, e iniciar um ciclo silvestre da doença, como aconteceu no passado com a febre amarela. Isso seria um agravante para o controle da disseminação da doença. “Tínhamos receio, também, de que isso pudesse impactar a população de macacos”, afirma o professor do IFNMG. “Por isso, o título do projeto aprovado no Edital no 21/2020 do IFNMG era justamente uma pergunta: ‘O novo coronavírus é capaz de infectar primatas-não-humanos do Norte de Minas Gerais e iniciar um ciclo silvestre da doença?’, que acabamos por responder no artigo recém-publicado”, acrescenta.

Apesar dos resultados temporariamente tranquilizadores, os autores do artigo alertam sobre a urgência de “ampliar a amostragem de PNH [primatas-não-humanos] que vivem em diferentes ambientes, incluir outras espécies de primatas e até outros mamíferos para realizar a vigilância ativa de animais silvestres e entender a epidemiologia do SARS-CoV-2 em ambientes naturais”.

Além de Filipe Abreu, outros pesquisadores do IFNMG também são autores do artigo: os professores Walter Octaviano Bernis Filho e Valéria Magro Octaviano Bernis e os bolsistas de iniciação científica Alex Junio Jardim da Silva e Cirilo Henrique de Oliveira. Os demais autores são ligados às seguintes instituições: Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Estadual de Santa Cruz (BA), Universidade Federal de Tocantins e Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Para mais informações sobre a pesquisa, leia o artigo:

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