Seminário promove discussões, encontros e encaminhamentos para uma educação cada vez mais inclusiva

Publicado: Segunda, 23 de Outubro de 2017, 10h45 | Última atualização em Segunda, 27 de Janeiro de 2020, 09h04

Abertura contou com fala de dirigentes do IFNMG e palestra magna com o professor Dalmir Pacheco

Durante os dias 17 e 18 de outubro, o IFNMG – Campus Montes Claros recebeu estudantes e servidores da Reitoria e dos campi do Instituto e representantes da sociedade para a quarta edição do SEPTI, o Seminário de Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva do IFNMG, que reuniu experiências, discutiu e deu encaminhamentos aos desafios e estratégias das políticas de inclusão na educação.

Além de palestras, mesas redondas, oficinas e relatos de experiências exitosas, o Seminário promoveu o primeiro encontro dos tradutores e intérpretes de língua de sinais dos campi do IFNMG, o quarto encontro dos servidores responsáveis pelo Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE) e o primeiro encontro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-brasileiros e Indígenas do IFNMG (NEABI). A Casa Sensorial, um espaço que reproduz a organização de uma casa de deficiente visual, foi montada em uma sala do Campus, e os participantes puderam visitá-la guiados por cegos.

Nos diversos momentos do Seminário, os participantes conheceram melhor a realidade dos deficientes visuais, os exemplos de superações, os preconceitos e dificuldades e também discutiram necessidades e possibilidades para que o IFNMG reforce ainda mais as suas políticas de inclusão, com, por exemplo, o fortalecimento dos núcleos, a ampliação do próprio SEPTI, o apoio à formação dos tradutores e intérpretes e a estruturação dos campi.

A determinação supera as dificuldades

DSC 1040 Na palestra magna de abertura do Seminário, o professor Dalmir Pacheco de Souza, do Instituto Federal do Amazonas, mostrou, com sua história de vida e com projetos que desenvolve, que com determinação, dedicação e apoio é possível fazer o que quiser e chegar onde quiser, superando tantas adversidades e preconceitos. “Durante toda minha vida quebrei paradigmas. De não ser bonito, e estar na frente de todos. De não poder jogar bola, e cuidar do time de futebol. De não poder dançar, e ser coordenador de um grupo de danças folclóricas. De não poder casar, e casar - e ainda fazer três filhos”, disse Dalmir, que possui restrições motoras fruto de uma paralisia infantil. “Eu tinha todos motivos para não ser nada ou não fazer nada. Mas atrás desses motivos eu queria ser alguma coisa, fazer alguma coisa, e fui atrás, com determinação”.

Dalmir, que é graduado em geografia e em ciências sociais e mestre e doutor em educação pela Universidade Federal do Amazonas e tem vários livros publicados, idealizou, coordenou e coordena diversos projetos de inclusão no IFAM, e os apresentou como boas práticas a serem pensadas pelo IFNMG, sobretudo na área de tecnologia assistiva. Mas, além dos projetos, é preciso que as pessoas abracem as causas. “Acessibilidade não é ter um banheiro adaptado, não é ter rampa, elevador. É ter seres humanos que tenham atitudes acessíveis”, completou.

DSC 1008 Presente na palestra e na mesa de abertura junto com diretores-gerais dos campi e pró-reitores, o reitor do IFNMG, professor José Ricardo Martins da Silva, destacou a importância desse processo de conscientização e de formação dos alunos e servidores do Instituto. “Temos que refletir e sentir a importância do que é a educação inclusiva na nossa instituição. É nosso papel, nosso dever, fazer com que sejamos efetivamente inclusivos, integrando essa pauta no nosso dia a dia, nas nossas pesquisas e projetos, trabalhando alternativas, tecnologias inovadoras e aprimorando o atendimento às pessoas com quaisquer necessidades”, disse o reitor.

DSC 0952 A representante da Assessoria de Ações Inclusivas do IFNMG, a servidora Aline Silvânia Ferreira dos Santos, destacou que de fato os servidores e gestores do Instituto compreenderam que faz parte da função social da instituição ofertar uma educação de qualidade efetivamente para todos. “Seja as pessoas em vulnerabilidade social, os apenados, os que possuem alguma deficiência, os que estão no campi: o atendimento a todas essas pessoas já é realidade em nossa instituição”, disse Aline.