Biblioteca do IFNMG-Campus Salinas promove campanha em prol da valorização de obras de mulheres brasileiras

Mulheres escritoras estão sendo homenageadas pelo Campus Salinas. Na foto, as auxiliares de biblioteca Érica Matos e Maria Auxiliadora com as estudantes Marcela, Maria Lúcia e Winy Ester

Nísia Floresta, Nélida Piñon, Rachel de Queiroz, Ana Maria Machado, Lygia Fagundes Telles, Carolina de Jesus, Cecília Meireles, Gilka Machado, Cora Coralina, Clarice Lispector e Lya Luft são só algumas das mulheres escritoras que estão sendo homenageadas pelo IFNMG-Campus Salinas por meio de uma campanha idealizada pela Biblioteca Iraci Heringer Lisboa.

A campanha "Escritoras em Foco" começou no dia 08 de março, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. “Queríamos realizar na biblioteca algo que fosse alusivo ao dia, mas que representasse não somente uma comemoração, mas também um combate à desigualdade de direitos entre mulheres e homens, oportunizando emponderar meninas através de outras mulheres”, explica a bibliotecária do Campus Salinas, Sabrina Silva Oliveira.

Sabrina lembra que a história do livro, da literatura e da leitura exclui mulheres desde seus primórdios. “A mulher para ser citada no meio, ou ser lembrada, precisava ser extraordinária, contar com algum homem que apoiasse sua produção, uma espécie de padrinho, e ainda assim teria dificuldades. Algumas mulheres, inclusive, usavam pseudônimos masculinos para conseguirem publicar suas obras”, destaca.

A campanha é contínua

Definido o propósito da campanha, foram analisados os relatórios do sistema de acesso à biblioteca e constatado que escritoras são bem menos lidas que livros de autoria masculina. Também foi identificado que há menos obras de autoria feminina. Por isso, a equipe de servidores que atuam na biblioteca do Campus decidiu contribuir para ampliar a visibilidades das autoras e suas obras.

E a biblioteca está cumprindo com esmero essa missão. Todos os dias, uma autora é apresentada ao público que frequenta a biblioteca. São afixados cartazes em espaços estratégicos sobre vida e obra de escritoras brasileira. Também é apresentado um pouco da história da Literatura Feminina no Brasil. Além disso, em abril haverá um encontro com uma escritora brasileira a ser convidada.

“Quando mostramos para outras meninas que existem mulheres fortes, que lutaram e estiveram, ou estão, engajadas em diversas atividades, criamos nestas meninas a capacidade de se enxergar através de outras mulheres e de acreditar que elas também podem e são capazes”, argumenta a bibliotecária, que ainda defende que é papel das instituições de ensino dar visibilidade e valorizar os grupos sociais que ainda sofrem preconceito, independentemente de datas comemorativas.