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NEABI/ Campus Araçuaí apoia a participação de indígena Aranã Caboclo no curso Construtores e Defensores de Territórios

Publicado: Terça, 16 de Janeiro de 2024, 08h30 | Última atualização em Terça, 16 de Janeiro de 2024, 09h39

NEABI/ Campus Araçuaí apoia a participação de indígena Aranã Caboclo no curso Construtores e Defensores de Territórios 

  Nos dias 07 e 08 de janeiro de 2023, o NEABI/Campus Araçuaí acompanhou Gabriel Barbosa, indígena Aranã Caboclo, de Coronel Murta/MG, ao Assentamento Terra Vista,  localizado em Arataca, no Sul da Bahia. Gabriel está participando da formação "Construtores e Defensores de Territórios".

  O curso Construtores e Defensores de Territórios será realizado em regime de alternância. Nessa modalidade, há o tempo escola e o tempo comunidade. O tempo escola ocorre no Assentamento Terra Vista em três etapas: janeiro e fevereiro de 2024, janeiro e fevereiro de 2025 e dezembro de 2025, ocasião em que os cursistas realizarão o trabalho de conclusão de curso. Aos/às cursistas será uma oportunidade de vivências e discussões visando o aprimoramento da sua formação teórica e prática no campo da agroecologia em suas dimensões territoriais, políticas, sociais, culturais, pedagógicas, comunicacionais, espirituais, antropológicas e científica, sempre em diálogo com mestres e mestras dos conhecimentos tradicionais.  Especificamente, os/as cursistas poderão escolher entre as formações oferecidas: meio ambiente, com ênfase em agrofloresta; edificações com ênfase em bioconstrução; agente de saúde comunitária integrativa, com ênfase em fitoterápicos; agroindústria, do solo ao chocolate; música e instrumentos musicais com ênfase em luteria; gastronomia, alimentação do bioma da mata Atlântica e da cabruca; e computação gráfica, comunicadores populares com atuação nos territórios digitais.

  A proposição do curso está vinculado à Teia dos Povos, uma articulação solidária de organizações políticas, movimentos sociais, territórios, coletivos, povos, ou seja,  agentes de luta os mais diversos possíveis, pautada pela necessidade da construção de uma grande aliança negra, popular e indígena. Para a Teia, trata-se de construir uma grande unidade dos povos em luta que seja tão ampla e plural quanto são os modos e as formas de vida exploradas, ameaçadas e oprimidas pelo patriarcado, pelo racismo e pelo capitalismo.

  Uma das referências nacionais da Teia dos Povos é o Mestre Joelson Ferreira, que recebeu o título de Doutor em Arquitetura e Urbanismo por Notório Saber pela UFMG em 2022. Ele é assentado do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Assentamento Terra Vista e um dos que tem contribuído com a elaboração de teses para a construção coletiva do programa político da Teia. Um das suas formulações deixa claro a orientação política que advoga: “o que nos une é maior do que o que nos separa”. Com vasta trajetória e experiência de luta, Mestre Joelson participou da construção do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e desde 1988 está no MST, com o qual já colaborou como dirigente estadual e nacional. Tem sido uma voz potente sobre (des)acertos das esquerdas e da luta popular e tem enfatizado a importância da luta pela terra e território e a construção da soberania como caminhos para a jornada da libertação. Há mais de duas décadas, Mestre Joelson tem conduzido uma transição agroecológica que tem feito com que o Assentamento Terra Vista seja uma referência nacional na construção de alternativas concretas para a soberania popular.

  Outros objetivos da visita do NEABI/Campus Araçuaí ao Assentamento Terra Vista foram o de  conhecer as experiências exitosas e consolidadas no campo da agroecologia e da luta popular, bem como solicitar apoio para a mobilização pela criação, no IFNMG, do Campus Quilombo, em Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha. O Campus Quilombo pretende se constituir como uma proposta político-educativa que, nutrindo-se das experiências de luta e resistência de indígenas, quilombolas, camponeses e camponesas, negros e negras, possa desenvolver uma relação de respeito com as territorialidades constitutiva de diferentes formas de vida do Vale do Jequitinhonha que são historicamente ameaçadas pelo capitalismo, pelo patriarcado e pelo racismo. O Campus Quilombo, uma vez consolidada a conquista da sua criação, terá como princípio ser uma instituição pública de educação profissional e tecnológica comprometida com os anseios dos povos e comunidades tradicionais e grupos periféricos. Sua vocação é a de se colocar contra as engrenagens de um modo de produção que tem degradado a natureza e impossibilitado uma vida digna para os grupos minorizados socialmente.

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 Autores: José Carlos Silvério dos Santos, Sueli do Carmo Oliveira e Aécio Oliveira de Miranda

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