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Histórico completo - Campus Januária

Publicado: Quinta, 03 de Março de 2011, 16h59 | Última atualização em Quarta, 09 de Novembro de 2016, 09h25

"A mensagem presidencial que os januarenses queriam e que Manoel de Almeida encaminhara ao nosso presidente Juscelino Kubtischek era a criação da Escola Agrotécnica de Januária. Já se avizinhava o dia da festa do centenário e a mensagem estava desaparecida naquele emaranhado de expedientes burocráticos do Palácio do Catete.

Manoel não era pessoa de esperar, e não existiria protocolo ou marcação de audiências que o segurassem, naquela altura dos acontecimentos, para a tramitação rápida do processo de criação da Escola Agrotécnica. Assim foi, decididamente, direto ao Palácio, entrou no Gabinete do Presidente, e, ao vê-lo, foi logo dizendo:

- Presidente, se vossa excelência quer, realmente, criar a Escola Agroténica de Januária para presentear a cidade na festa de seu centenário, é preciso tomar outras providências. Por enquanto, as medidas encaminhadas não atingiram o seu objetivo.

O presidente estranhou a advertência daquele barranqueiro assertivo e, muito sério, diz:

Deputado, você é capaz de reconstituir agora, aqui em minha sala, todo o expediente?

Sim, Presidente, desde que vossa excelência o determine.

Pois sente-se ali – ( e apontou uma cadeira ao Manoel, no fundo do salão); - quando terminar, venha falar-me, novamente.

Manoel, com aquela imensa facilidade para elaborar leis, projetos e pareceres preparou logo a mensagem presidencial, incluindo até a exposição de motivos para o encaminhamento daquela decisão de competência presidencial.

Foi à sala ao lado e, tranquilamente, colocou o documento nas mãos do presidente Juscelino.

-Amanhã, às seis horas da tarde, este documento estará na Câmara dos Deputados -afiançou-lhe, com certa solenidade, o Presidente Manoel confiara no Presidente, mas seguiu pari passu a tramitação do processo;

E, finalmente, a publicação do ato. E esta é bem a verdade-" (Almeida, Márcia de Souza -Semeando e Colhendo - p. 399 e 400.)



Em outubro de 1960, no final do governo de Juscelino Kubitschek, enquanto Januária festejava o seu centenário, um convênio celebrado entre o Governo Federal e o Estadual faria de um terreno de 104 ha, área da fazenda denominada São Geraldo, onde há 12 anos funcionava o Posto Agro-Pecuário (sic) do próprio Ministério da Agricultura, doado anteriormente para o referido Ministério pelos irmãos Benedito e Pedro (Alves Ferreira), palco da Escola Agrotécnica de Januária, oficializada em 18 de dezembro desse mesmo ano, cujo desfecho teve como principal artífice o ilustre Deputado januarense Coronel Manoel José de Almeida.

Sendo assim, num belo dia de dezembro, Januária era tão merecidamente presenteada, no seu centenário, com uma escola que nascia do empenho de um humanista de idéias avançadas, que legou sua vida e grande inteligência à causa da educação. Idealizador e criador das escolas Caios Martins, FUCAM, Manuel de Almeida contou com o apoio absoluto da sua esposa Marcia Almeida de Souza, que também dedicou parte da sua vida a esta causa, autora do livro Semeando e Colhendo, uma autêntica obra que registra com riqueza de detalhe Januária no tempo e no espaço.

“O menor carente, ou abandonado pelos pais, desassistido, encaminha-se comumente para os desajustamentos de conduta, futuros delinqüentes, mas ao receber abrigo numa escola, preferencialmente rural, tornar-se-á lavrador, ou profissional de outra qualquer atividade honesta em que se especialize no educandário e então, passará a ser cidadão útil à sociedade. Assim, combatia-se o crime, na origem, muitos anos antes de o mal acontecer, e sem repressão alguma”. (Almeida, Márcia de Souza - Semeando e Colhendo - prefácio, comentado por Cel. Saul Martins) este fragamento que expressa o pensamento e o comprometimento com o social do protagonista dessa história.

Naquela época, em 1960, a Escola Agrotécnica de Januária, nascia timidamente, com o propósito de permitir ao egresso da Escola Caio Martins a complementação dos seus estudos, ou seja, os alunos fariam as primeiras séries naquela escola e depois dariam continuidade no ensino, na Escola Agrícola.

Subordinada ao Ministério da Agricultura, órgão responsável pelas primeiras construções, situadas logo após a entrada, a Escola Agrotécnica de Januária, teve como primeiro diretor o professor Firmino Soares Siqueira, indicado pela Superintendência de Ensino Agrícola e Veterinário SEAVE/MA, sendo estruturada pelos moldes do Decreto nº 21.667, de 20/08/46 e pelo Decreto-Lei nº 9.614 de 20/08/1946, até o advento da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Uma vez implantada, a recém-inaugurada Escola teria tão logo de se adequar à nova lei de diretrizes da educação e montar uma estrutura física mínima e adequada que permitisse o início do seu funcionamento. De fato, era ínfima a infra-estrutura física e de pessoal desta insituição de ensino, contrastando com grandes desafios, já que contava com pouco mais de 05 prédios, para que se instalassem Direção Geral, salas de aulas, refeitório e dormitórios. O ensino, inicialmente, caracterizou-se pela informalidade. Os alunos não recebiam históricos nem certificados, até o ano de 1964, quando, efetivamente, começa a ministrar o Curso Ginasial Agrícola, com a matrícula da primeira turma em regime de internato, servindo a alunos provenientes da comunidade januarense, de toda a região do vale do São Francisco e de outros Estados. Neste mesmo ano, pelo Decreto Presidencial, nº 53.558, de 13/02/164, a Escola Agrotécnica de Januária passou-se a denominar Colégio Agrícola, cuja denominação ainda se faz presente até os dias de hoje, de vez em quando ainda se observa na sociedade local um e outro usar a expressão, Colégio Agrícola, “aquele aluno, estuda no Colégio Agrícola, vou lá no Colégio Agrícola, você vai tentar o concurso do Colégio Agrícola”?

Ainda na sua origem, a Escola Agrotécnica de Januária desponta como referência de ensino, devido ao empenho da direção e seus servidores, quer professores quer técnico-administrativos e as experiências adquiridas através de visitas a outras escolas do Estado como Machado, Bambuí e Muzambinho, e as Universidades como de Lavras e Viçosa. Mal sabendo eles, que já colaboravam para que a Escola, em pouco mais de quatro décadas se tornaria um Centro Federal de Educação Tecnológica, referência regional em educação profissional e técnica.

Na Sequencia, confira algumas de suas principais mudanças na estrutrua política e pedagógica.
(clik aqui veja linha do tempo)

Pelo Decreto nº 60.731, datado de 19/05/67, o Colégio Agrícola de Januária, até então subordinado ao Ministério da Agricultura, foi transferido para o Ministério da Educação e Cultura. Em16 de novembro de 1967, formou-se a primeira turma de Ginasianos Agrícolas, habilitados como Mestres Agrícolas, neste mesmo mês e ano, ocorreram as inscrições e matrículas para a primeira série do Curso Técnico Agrícola, ramo Agrícultura, a nível de 2º Grau.
Em 17 de novembro de 1967, ocorreram as inscrições e matrículas à 1ª série do Curso Técnico Agrícola - Ramo Agricultura, a nível de 2º grau, tendo suas aulas iniciadas em agosto de 1968. A colação de grau dessa primeira turma aconteceu em 05/07/71, como Técnico Agrícola; no dia 06 de maio de 1972, cola grau a última turma de ginasianos agrícolas passando a escola a funcionar somente com o curso Técnico Agrícola.

No ano letivo de 1974, a Escola fez uma mudança radical no seu Currículo, em decorrência da implantação da Lei 5.692/71 e Calendário escolar abandonando, progressivamente, o calendário agrícola regional, passando a ministrar, sem prejuízo para os alunos que cursavam a habilitação até então oferecida, o Curso Técnico Agrícola - Habilitação em Agropecuária. Segundo relatos, mediante as dificuldades de se conseguir material de escritório para a Instituição, a chegada de uma caminhonete com resma de papel ofício, de Brasília-DF, foi motivo de euforia e festa na Escola. Em 03 de Julho de 1975, aconteceu a colação de grau da última turma de Técnicos Agrícolas - habilitação em Agricultura.

Em 1993, pela Lei nº 8.731, do dia 16 de novembro de 1993, a Escola conseguiu autonomia didático-pedagógica e administrativa, através de sua autarquização; ponto muito positivo para o desenvolvimento administrativo, político e pedagógico da Instituição, favorecendo significativamente sua gestão. Em outubro de 1994, é realizado o mairo concurso público da história da Escola Agrotécnica Federal de Januária, para preenchimento de cargos nas áreas Tecnico-dministrativo e Docente, reunindo pessoal com qualificação por área de atuação, suprindo, assim uma demanda represada de pessoal da instituição.

Encerrando o primeiro mandato em 1º de agosto de 1996, pela Portaria Ministerial nº 739, de 15 de julho de 1996, o professor Naylor assume sucessivamente o seu 2º mandato, com duração de 4 anos, o qual foi eleito pelo Conselho Consultivo da Escola, na Lista Tríplice.

No ano letivo de 1996, além da tradicional habilitação em agropecuária a Escola passou a oferecer uma nova habilitação, a de Processamento de Dados, em nível de Pós-Segundo grau, a qual posteriormente passou a denominar-se Técnico em Informática; em 1998, foi implantada a Habilitação de Técnico em Agroindústria e no ano letivo de 2000, foi implantado a Habilitação de Técnico em Enfermagem.

Em virtude do processo de autarquização da Escola ocorrido em 1993, saindo da esfera administrativa direta para indireta, juridicamente o professor Naylor pode se candidatar a um terceiro mandato consecutivo, fato que veio a ocorrer em dois de junho, onde o Conselho Diretor da escola, compôs a lista típlice, constando, entre outros o nome do professor Naylor Pereira Alves Filho. Pela portaria nº 981, do Ministro da Educação, datado de 13 de julho de 2000, o citado professor, foi designado para o seu terceiro mandato, permanecendo mais uma vez a frente da instituição até o dia 20 de julho de 2004.

Em 2001, mais duas habilitações foram implantadas: uma na Área de Gestão - Técnico em Administração e outra na Área de Meio Ambiente - Técnico em Meio Ambiente. É importante ressaltar que neste ano a Escola Agrotécnica Federal de Januária-MG, realizou a separação de matrículas do seu curso Técnico em Agropecuária, carro chefe dos cursos técnicos ministrados pela instituição, que até então, era constituído de disciplinas de Ensino Médio e de disciplinas de Educação Profissional. A EAFJ passa a oferecer os cursos de Ensino Médio e de Técnico em Agropecuária, separadamente obedecendo aos princípios pedagógicos e filosóficos dos Referencias Curriculares.

Pelo Decreto Presidencial s/n, de 13 de novembro de 2002, um grande passo foi dado na Educação Profissional e Tecnológica no Norte de Minas e principalmente em Januária, com a transformação da Escola Agrotécnica Federal de Januária em Centro Federal de Educação Tecnológica de Januária, Cefet Januária, passando a ofertar o tão sonhado terceiro grau, momento ímpar e de grande impacto para a sociedade, cujos benefícios muito enaltecem o januarense. Ainda no ano de 2002, a Portaria nº 3.634 de 19/12/2002, autorizou o funcionamento do primeiro Curso Superior na Instituição: o Curso Superior de Tecnologia em Irrigação e Drenagem, sendo realizado o vestibular no mês de dezembro/2003, com início das aulas em fevereiro de 2004.
Em 2004, pelo Decreto, nº 5.154 de 23 de julho de 2004, esta Instituição manteve a educação profissional técnica de nível médio concomitante de forma articulada ao ensino médio com duração de 03 (três) anos.

Em junho de 2004 foi realizada a primeira eleição direta para a escolha do Diretor Geral do Cefet Januária.

Pela Resolução do Conselho Diretor do Cefet Januária n° 004/2005 de 20 de Setembro de 2005, foi autorizado o funcionamento dos Cursos Superiores de Tecnologia em Sistemas de Informação e em Administração, cujo vestibular foi realizado em dezembro de 2005, com início das aulas em 2006, posteriormente estes cursos foram assim denominados da seguinte forma: Sistemas de Informação (Análise e Desenvolvimento de Sistemas); Administração (Gestão Comercial).
Ainda em 2006, foram autorizados os cursos de Bacharelado em Administração de Empresas, pela Resolução do Conselho Diretor n°011/2006 de 28/12/2006; Licenciatura em Matemática, pela Resolução do Conselho Diretor do Cefet Januária, nº 010/2006 de 04/10/06, bem como a iniciação dos cursos do Programa de Educação de Jovens e Adultos, PROEJA Indígena, com formação em Agropecuária e PROEJA com formação em Informática, cujo ato legal foi autorizado pela Resolução do Conselho Diretor do Cefet Januária, nº 007/2006 de 04/10/2006.

No ano de 2007 foi criado o Curso Superior de Bacharelado em Agronomia, autorizado pela Resolução CD nº 001/2007 de 11/10/2007, além da integração do Ensino Médio ao Técnico em Informática e Agropecuária, conforme prevê o decreto nº 5154 de 23/07/2004

Com Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, o Cefet Januária foi contemplado para a implantação e administração de três Unidades de Ensino Descentralizadas - UNEDs, nas cidades de Arinos Almenara e Pirapora.

Em 31 de março de 2008, foi aprovada na íntegra, conforme Portaria Nº 116 do Sr. Secretário, Eliezer Moreira Pacheco, da SETEC/MEC, a proposta de constituição do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Norte de Minas, mediante a integração do Cefet Januária, com a EAF de Salinas, dando início ao processo de Ifetização do Cefet Januária, juntamente com a EAF de Salinas.

Em 2008, Conforme a Resolução CD nº 04 de 04/06/2008, do Conselho Diretor, o Cefet Januária foi autorizado a implantar n o curso de Licenciatura em Física.
Ainda em 2008, pela Lei 11.892, de 29/12/2008, foram criados em todo o país, 38 Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia, entre os quais o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, compondo-se de Sete Campi (Campus Almenara, Campus Araçuaí, Campus Arinos, Campus Januária, Campus Montes Claros, Campus Pirapora e Campus Salinas)

Em 2010, o Campus Januária é contemplado com o Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental no primeiro semestre, ano em que Instituição comemora o seu Jubileu de Ouro.

Mediante aos fatos, a história é longa e, conseqüentemente, grandes desafios já foram percorridos, comprovando que todo esforço a favor da educação enobrece aqueles que participam e se empenham nesse processo. De todo avanço e crescimento na rede federal de educação tecnológica, o advento da transformação dos Cefets, Escolas Agrotécnicas e Técnicas vinculadas às Universidades em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, é sem dúvida, algo tão extraordinário que só o futuro se encarregará de nos contar. “... no futuro, se puder, ela mesma contará a sua história” (Coronel Manoel José de Almeida).

No embalo das palavras desse ilustre Coronel, que diz que “As Escolas Caio Martins não nasceram dos livros, surgiram da vida”, podemos dizer, também que “A Escola Agrotécnica de Januária não nasceu dos livros, surgiu da vida”.

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