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Estudo sobre hanseníase no Vale do Jequitinhonha foi o melhor trabalho de Ciências da Saúde do VIII SIC

Publicado: Segunda, 13 de Maio de 2019, 11h32 | Última atualização em Sexta, 28 de Janeiro de 2022, 11h20
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No passado, a hanseníase condenava os doentes ao estigma social e ao total isolamento. Trata-se de uma doença infectocontagiosa, causada pelo Micobacterium leprae, que tem evolução lenta e afeta a pele e os nervos periféricos, podendo evoluir para incapacidades e deformidades físicas. Atualmente, apesar da possibilidade de cura e alternativas mais humanizadas para o tratamento dos doentes, a hanseníase, como é mais chamada, ainda é um grave problema para a saúde pública no Brasil. Dados de 2017 mostram o país como o segundo do mundo com maior número de novos casos.

Mergulhada na realidade do Vale do Jequitinhonha, uma das regiões historicamente endêmicas da hanseníase no país, Eyleen Nabyla Alvarenga Niitsuma, que é professora do IFNMG-Campus Almenara, dedica-se ao estudo da doença na região como parte de suas atividades no doutorado em Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). E foi com um recorte desses estudos que ela levou o prêmio de melhor trabalho do VIII Seminário de Iniciação Científica (SIC) do IFNMG, na área de Ciências da Saúde. São coautores do trabalho Bárbara Malaman Kerr, Daniele dos Santos Lages, Isabela de Caux Bueno e Francisco Carlos Félix Lana, todos da escola de Enfermagem da UFMG, sendo o professor Francisco Carlos orientador de Eyleen no doutorado.

O estudo “Incapacidades físicas decorrentes da hanseníase no Vale do Jequitinhonha: diferenças nas zonas urbana e rural” tem como “objetivo comparar o perfil epidemiológico da hanseníase entre os casos diagnosticados na zona urbana e rural do Vale do Jequitinhonha numa série histórica de 2008 a 2017”. Para tanto, foram considerados dados de pacientes de 41 municípios e analisadas três variáveis: número de novos casos da doença, número de novos casos em menores de 15 anos e proporção de novos casos com grau 2 de incapacidade física no diagnóstico – o grau de incapacidade das pessoas com hanseníase varia de 0 a 2, dependendo do nível de comprometimento neural, manifestado por redução ou perda de sensibilidade da pele e de força muscular. Os dados analisados no estudo foram construídos a partir de informações extraídas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, disponibilizado pela Coordenadoria Estadual de Dermatologia Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

Segundo os pesquisadores, apesar da redução no número de casos de hanseníase de modo geral e em menores de 15 anos ao longo da série histórica, a “tendência crescente da proporção de casos com grau 2 de incapacidade física no diagnóstico prediz detecção tardia da doença e possibilita inferir uma dificuldade operacional dos serviços de saúde em detectar a hanseníase precocemente, contribuindo para a permanência da cadeia de transmissão da doença e de suas consequências físicas, econômicas e sociais”. Diante desses resultados, os pesquisadores sugerem “o fortalecimento das ações de controle da doença, sobretudo a vigilância epidemiológica com a finalidade de realizar a detecção e tratamento oportuno e, assim, possibilitar um menor impacto nas condições de vida e saúde do indivíduo”. Para mais detalhes, acesse aqui o trabalho.

História na pesquisa

sic hanseníase

Eyleen (3ª da esq. p/dir.) com o coordenador e outras integrantes do grupo de pesquisa NEPHANS durante pesquisa em Almenara, em 2015

O prêmio no VIII SIC do IFNMG é apenas um dos capítulos da história da professora Eyleen com o estudo da doença. Desde 2013, ela integra o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Hanseníase (NEPHANS), que mantém projetos integrados sobre diferentes eixos de um projeto de pesquisa mais amplo: “Vigilância, prevenção e controle da hanseníase em Minas Gerais: distribuição espacial dos casos, avaliação dos serviços de saúde e análise da infectividade em contatos domiciliares".

Em 2015, Eyleen atuou junto a duas estudantes do curso técnico em Enfermagem do IFNMG-Campus Almenara, Jéssica Moreira Jorge Pires e Maíra Alves Ferreira, que foram contratadas como bolsistas de apoio técnico na coleta de dados do projeto “Análise do processo de exposição, infecção e adoecimento de contatos domiciliares de casos de hanseníase por meio de marcadores de infecção e de susceptibilidade genética ao Mycobacterium leprae”. O projeto recebeu financiamento da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e a etapa de coleta de dados foi realizada em seis municípios da microrregião de Almenara. A professora lembra que a participação das alunas resultou no trabalho “A pesquisa em hanseníase na formação do técnico em Enfermagem”, premiado em 2016 no evento Conecta IF, realizado no Instituto Federal de Brasília, em primeiro lugar na categoria Ciências da Saúde.

 

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