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IFNMG aprova financiamento de mais de R$ 345 mil para projetos de empreendedorismo inovador com foco na Economia 4.0

Publicado: Terça, 03 de Novembro de 2020, 08h11 | Última atualização em Terça, 17 de Novembro de 2020, 06h35

Duas propostas do IFNMG foram contempladas pelo Edital no 05/2020 do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), de apoio ao desenvolvimento de projetos de empreendedorismo inovador relacionados à Economia 4.0, no âmbito da Rede Federal. Na área de Agricultura 4.0, foi aprovado o projeto “Aperfeiçoamento do Software de Integração da Geoestatística à Metodologia Bayesiana para Geração de Mapas de Precisão na Agronomia 4.0”, do Campus Montes Claros. Na área de Serviços 4.0, foi contemplado o “Projeto Integrador de Nomenclatura de Estradas Rurais”, do Campus Arinos. No total, o IFNMG receberá R$ 345.156 para financiar infraestrutura de pesquisa necessária aos projetos (instalações físicas e condições materiais de apoio – equipamentos, recursos, insumos e serviços) e bolsas aos membros das equipes, integradas por servidores e alunos.

O resultado da seleção foi divulgado na última quinta-feira, 29/10. Foram aprovadas para financiamento 60 propostas de criação de negócios com foco no desenvolvimento de novas soluções tecnológicas (produto, processo, serviço ou modelo de negócio) alinhadas às demandas da Economia 4.0. Entende-se como Economia 4.0 a transformação do padrão da atividade econômica, baseada na introdução, desenvolvimento e difusão das tecnologias digitais, na automação e no uso intensivo de dados, que impacta transversalmente os três setores base da economia: agricultura, indústria e serviços.

Para concorrer ao edital do IFES, o IFNMG inscreveu projetos previamente selecionados internamente, por meio da Chamada Pública no 02/2020, realizada pela Pró-reitoria de Extensão. A seleção interna deu-se por análise documental e avaliação dos projetos, por meio de banca composta por servidores.

Agricultura 4.0

A proposta “Aperfeiçoamento do Software de Integração da Geoestatística à Metodologia Bayesiana para geração de mapas de precisão na Agronomia 4.0”, aprovada pelo IFNMG-Campus Montes Claros, tem como objetivo implementar e aperfeiçoar o software KSplit para permitir o uso da geoestatística de forma mais prática e fácil, para profissionais de outros campos do saber, que não possuem domínio do conhecimento em geoestatística e estatística Bayesiana e, apesar disso, necessitam do seu uso para alavancar as demandas da Agricultura 4.0.

Segundo a coordenadora do projeto, a professora Fátima Ferreira Almeida, o software KSplit tem alta capacidade de analisar grande volume de dados pertencentes a grandes áreas agrícolas e gerar mapas de alta qualidade que superam a metodologia de krigagem convencionalmente utilizada. O software KSplit foi pensado com o propósito de atender às demandas de novos modelos de máquinas agrícolas otimizadas para reconhecer as zonas de manejo em que os mapas apontarem insuficiência de algum insumo, com isso garantir a preservação do meio ambiente, a conservação da água e a sustentabilidade dos sistemas de produção agrícolas.

Conforme destacado na proposta, a implementação e o aperfeiçoamento do KSplit vêm ao encontro da agenda global traçada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, quando foram propostos 17 objetivos para transformar o mundo até 2030. A agricultura de precisão surge como um dos objetivos principais, com sistemas inteligentes e sustentáveis, capazes de aumentar a produção de alimentos e contornar os efeitos provocados pelas mudanças climáticas extremas, para garantir a qualidade do solo, da água e do ar. A agenda global propõe uma metodologia de ponta na área de geração de mapas temáticos que permite estimar, com mais precisão, níveis de nutrientes no solo, poluentes no ar e na água e índices pluviométricos de forma localizada. Esses mapas servirão para apoiar novas tecnologias, que com o advento da popularização do software, poderão ser desenvolvidas e aplicadas na agricultura e irão contribuir para o avanço econômico com foco na sustentabilidade, maior aproveitamento e preservação do solo e da água, geração de mais emprego e renda e promoção de avanço da macroagricultura.

Além disso, o software KSplit é uma poderosa ferramenta para o planejamento agrário, no sentido de permitir a escolha racional dos tipos de culturas e dos tipos de manejo e também apoiar e orientar o pequeno agricultor para o uso correto de rotação e/ou consorciação de culturas como meio de recuperação do solo e aumento da produtividade sem o uso de adubos e defensivos agrícolas. O KSplit pode, ainda, ser usado para monitorar fatores como poluição de cidades, umidade relativa do ar, temperatura e pressão.

Estão entre os objetivos do projeto a buscar parcerias junto a órgãos governamentais de apoio à agroindústria; apresentar, divulgar e buscar parcerias de empresas agrícolas para testar a tecnologias; e avaliar, junto às empresas, os impactos da aplicação da tecnologia em seus desempenhos produtivos.

Por meio do projeto, a equipe pretende atuar no mercado de fornecimento de consultoria agrícola e ambiental e venda do produto final (mapas) para planejamento agrícola, prestação de serviços de análises estatísticas e geoestatísticas e assistência na venda do software KSplit.

Os potenciais clientes são empresas agrícolas de pequeno, médio e grande porte que queiram testar o uso de novas tecnologias para melhorar a produtividade e tenham preocupação com a preservação do meio ambiente. “Outros clientes a ser considerados, e os quais temos muito interesse em atingir, são os pequenos agricultores, através de órgãos governamentais, como a Emater e as associações, para que possam ser disponibilizados os serviços e produto a custo acessível para aplicar novas técnicas de manejo que venham a promover recuperação de nascentes, recuperação do solo, o aumento na produtividade juntamente com a garantia de alimentos mais saudáveis”, informa Fátima.

Para financiamento do projeto, foram previstos R$ 50 mil para infraestrutura de pesquisa e R$ 70.128 para pagamento de bolsas aos membros da equipe.

Serviço 4.0

O “Projeto Integrador de Nomenclatura de Estradas Rurais”, do IFNMG-Campus Arinos, foi criado com base no Plano Turístico Nacional do Governo Federal, para suprir uma lacuna que vem se tornando cada vez mais um gargalo para a gestão na área rural: a falta de informações seguras e oficiais a respeito da localização física dos logradouros rurais (propriedades rurais, pousadas rurais, pontos turísticos). A ideia é que o produtor rural ou empreendedor rural possam ter uma identidade física e oficial, propiciando uma série de benefícios, nas áreas da segurança, saúde, serviço postal, transporte, turismo e lazer.

Segundo o coordenador do projeto, o professor Ronaldo Porto Madureira, a proposta é contribuir no sentido da promoção dos atuais vetores de desenvolvimento regional: fomento à a cultura empreendedora e inovadora, promoção de igualdade de oportunidades, redução das desigualdades sociais e regionais, geração e distribuição de renda, geração de trabalho e ocupação, proteção do patrimônio histórico e cultural e respeito ao meio ambiente. Além disso, pretende-se propiciar ao brasileiro conhecer o Brasil, especialmente o município de Arinos, na região Noroeste de Minas Gerais.

Entre outras, o projeto prevê as seguintes ações: mapeamento georreferenciado de estradas municipais no município de Arinos; identificação e nomenclatura das estradas municipais vicinais, como auxílio para entregas de produtos; elaboração de mapas das estradas vicinais, com nomenclatura de acordo com as normas oficiais; criação de endereçamento, para colocação futura de caixas de correio para cada propriedade; incentivo ao desenvolvimento da produção associada ao turismo, promovendo os produtos junto aos produtores; promoção do uso novas tecnologias e indicação eletrônica para modernizar o sistema de sinalização turística; e auxílio na promoção e divulgação de campanhas de incentivo ao turismo interno.

Para propor um sistema de nomenclatura das estradas vicinais, os membros da equipe cruzarão dados já existentes na literatura com informações que levantarão por meio de trabalho de campo. Os resultados desse trabalho, com demonstração do sistema e das proposições preliminares, será discutido com lideranças locais e demais interessados.

De acordo com o proponente, o objetivo geral do trabalho é verificar a viabilidade econômica de um projeto de investimento em um serviço de nomenclatura de estradas vicinais, serviços que é realizado por poucas empresas na região. Por isso, percebe-se um grande nicho de mercado. “O nosso primeiro passo foi definir uma estrutura que ajude a buscar oportunidades. Dessa forma, é necessário entender o direcionamento dos negócios da região e ter conhecimento dos recursos, forças e capacidades dela. Uma vez que tenhamos um bom entendimento dos objetivos e áreas de expertise dos pequenos produtores, o próximo passo é analisar o mercado, ter acesso às necessidades dos consumidores e como são atendidos hoje em dia”, explica o professor Ronaldo. Para identificar as oportunidades de mercado, segundo ele, o modelo de negócios como um todo deve ser avaliado a partir da identificação de consumidores e também de outros fatores, como a localização, cadeias de suprimentos, regulamentação e meio ambiente. “Identificamos como potenciais clientes os produtores rurais e toda a cadeia de distribuição e turismo da região”, afirma.

Para financiamento do projeto, foram previstos R$ 92.500 para infraestrutura de pesquisa e R$ 132.528 para pagamento de bolsas aos membros da equipe.

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