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Ações inclusivas rendem homenagem ao IFNMG e a servidora da Reitoria

Publicado: Segunda, 24 de Junho de 2019, 09h54 | Última atualização em Segunda, 27 de Janeiro de 2020, 08h55

Ações inclusivas

Amanhã, 25 de junho, será um dia especial para Aline Silvânia Ferreira dos Santos, responsável pelo Núcleo de Ações Inclusivas da Diretoria de Assuntos Estudantis e Comunitários do IFNMG. Ela estará em Ouro Preto (MG) para receber duas homenagens prestadas pela Associação Nacional de Educadores Inclusivos (ANEI): uma por sua própria trajetória de vida e a outra como representante do Instituto. As homenagens fazem parte da programação do “I Simpósio sobre inclusão em Ouro Preto: educação, saúde e diversidade”.

Trata-se do “Prêmio ANEI Brasil da Inclusão 2019”, a mais alta honraria conferida pela Associação. Aline será homenageada na categoria “Sujeito da inclusão”, que destaca pessoa com alguma necessidade específica que, por seu próprio esforço, conseguiu vencer as barreiras e ocupar seu espaço social. O IFNMG ficará com o prêmio na categoria “Instituição/Empresa Inclusiva”, aquela que, por meio de seu apoio ou participação direta, possibilitou a criação de espaços ou condições inclusivas para pessoas ou comunidades com necessidades específicas.

Aline conta que, antes do anúncio do prêmio, nunca havia parado para pensar sua trajetória pessoal e profissional como exemplo, pois tudo sempre foi muito natural para ela. “Mas estou feliz por ser reconhecida por fazer algo para a uma parcela da população que fica à margem”, diz a servidora do IFNMG em referência ao trabalho com ações inclusivas na área de educação.

Superação

Aline

Cega desde os nove anos, Aline (foto acima) conta que, logo após perder a visão, deu uma pausa de dois anos nos estudos e nas demais atividades para se adaptar a sua nova realidade. Depois disso, no entanto, não se deu mais descanso. Além da escola regular, passou a se envolver com diversas atividades, como aulas de judô, natação, música, inglês e espanhol. “Eu queria me superar. Quanto mais difícil era, mais eu queria provar que para mim mesma que conseguiria. Os obstáculos eram um incentivo”, lembra.

A maior dificuldade sempre foi no sentido de conseguir as adaptações necessárias para que ela pudesse participar das diversas atividades, tanto dentro quanto fora da escola regular, como material adaptado e professores preparados para lidar com metodologias diferenciadas para atendimento a pessoas com necessidades específicas. Já naquela época, Aline percebeu que, se queria realmente algo, não poderia esperar pelas soluções, mas teria que fazer com que elas acontecessem. “Então eu fui buscar [as alternativas] por conta própria”, conta, lembrando, por exemplo, dos esforços que fez para entender como as pessoas com deficiência visual aprendiam línguas estrangeiras, principalmente no que diz respeito à parte escrita.

No período da faculdade, o acesso ao computador e a possibilidade de digitalizar o material didático vieram para facilitar. Ela também contava com a ajuda dos colegas de turma e de um profissional contratado por sua família para ler o material das disciplinas. O gosto de estar em contato com o “outro” e o estímulo vindo das dificuldades por que passou levaram Aline a optar pela Pedagogia, que ela cursou na Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Seu objetivo era trabalhar para tornar o processo “menos sofrido” para os outros do que fora para si própria.

Trajetória inclusiva

É nesse sentido que Aline vem trabalhando desde então. Boa parte de sua vida profissional confunde-se com a própria trajetória do IFNMG na área das ações inclusivas. Depois de trabalhar na UNIMONTES e em um centro socioeducativo para adolescentes em conflito com a lei, em 2010, ela foi aprovada em concurso do Instituto para o cargo de técnico em assuntos educacionais. Desde o início, foi direcionada para atuar com as ações inclusivas.

A servidora destaca que, ao longo desses anos, tem observado o número crescente de entrada de alunos com necessidades especiais e, em contrapartida, testemunhado o crescimento das ações voltadas à inclusão desses estudantes. Ela comemora alguns números bastante expressivos, como o de Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNEs), presentes em dez dos 11 campi do IFNMG. Já os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABIs) estão em nove campi; e a presença de profissional tradutor e intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) também é realidade em nove campi. Aline comemora, ainda, uma conquista importante para o IFNMG: a chegada do primeiro professor de atendimento educacional especializado.

Atualmente, o Instituto atende alunos autistas, surdos, com deficiências físicas, intelectuais e múltiplas (física e intelectual), deficiência visual, síndrome de Marfan e paralisia cerebral, além de pessoas com transtornos: déficit de atenção e hiperatividade, dislexia, disgrafia e discalculia. Segundo Aline, todos eles contam com algum tipo de assistência, como metodologia diferenciada, atendimento por parte de profissional especializado, tempo adicional para atividades, adaptações de espaço e de aulas.

Mas as ações inclusivas no IFNMG vão além. Incluem ações voltadas à inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade social, para quem se destinam cotas nos processos de seleção e benefícios de assistência estudantil. As questões étnico-raciais também são alvo de ações específicas, como cotas para o ingresso de autodeclarados pretos, pardos e indígenas e ações que discutem e promovem as relações entre os alunos. Outros exemplos de iniciativas voltadas à inclusão são as relacionadas a gênero, empoderamento feminino e orientação sexual.

Mesmo diante de tantas conquistas testemunhadas nos anos de atuação no IFNMG, Aline reconhece que ainda há barreiras a serem vencidas e a principal delas é aumentar o número de profissionais especializados para o atendimento ao número grande de alunos com necessidades especiais. Outro desafio, segundo ela, é fazer com que todos os servidores entendam que educação inclusiva não acontece somente na sala de aula, mas em todos os ambientes da escola. Aline manda um recado aos colegas: “Os servidores devem atender cada pessoa como única e não as tratar genericamente como pessoas com necessidades especiais ou deficientes”.

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