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Educação profissional, tecnologias na educação e internacionalização foram destaques no segundo dia do SIC

Publicado: Quinta, 25 de Abril de 2019, 13h37 | Última atualização em Segunda, 06 de Maio de 2019, 08h08

Começaram ontem, 24/04, as sessões de apresentação dos 862 trabalhos aprovados para o VIII Seminário de Iniciação Científica (SIC) do IFNMG, que acontece no Campus Pirapora até sexta-feira, 26. Serão 575 trabalhos apresentados por meio de pôsteres e 287 na forma de comunicação oral.

Na primeira sessão de pôsteres da manhã, o estudante Roberth Moura de Souza estava presente, levando os  resultados de sua primeira incursão pelo mundo da pesquisa, com o trabalho “Efeito do óleo essencial de Cymbopogon flexuosus (POACEAE) na germinação de milho (Zea mays)”. Aluno do 3o ano do curso técnico em Agropecuária integrado ao ensino médio do Campus Januária, ele mostrou desenvoltura de pesquisador experiente ao explicar que o objetivo final da pesquisa de que participou é verificar o efeito do óleo essencial de capim limão no combate a plantas daninhas, como alternativa ao uso de herbicidas. Mas no recorte que ele trouxe ao SIC, o milho foi usado como indicador para testar os efeitos do óleo. Roberth contou com a orientação dos professores Clináscia Araujo, Clauber de Menezes e Eliane Brito. Ao participar do SIC, o estudante mostra que enxerga longe e sabe que já começou a incrementar seu currículo de pesquisador, rumo que pretende seguir, mesmo que já tenha pensado em mudar de área a partir da graduação: Roberth pretende fazer Medicina.

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Roberth Moura de Souza, aluno de curso técnico integrado ao ensino médio, do Campus Januária

Bianca dos Santos Magalhães e Marcello Henrique Gonçalves Mariz, alunos do 6o período do curso de Engenharia Civil do Campus Pirapora, também estavam lá para apresentar os resultados da pesquisa de que participaram, sob orientação da professora Maria Neuza Almeida Queiroz. O título do trabalho é “Projeto Pré-Enem 2018: Recapitulando conceitos fundamentais da Física”. Bianca e Marcello atuaram como professores da matéria em um cursinho preparatório para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que foi oferecido por meio de um projeto do IFNMG voltado a 50 alunos do 3o ano do ensino médio de escolas públicas de Pirapora.

As apresentações de trabalho seguem ao longo da programação do SIC nesta quinta-feira, 25/04. Serão premiados os melhores trabalhos em cada área temática: Ciências Biológicas, Ciências Humanas, Engenharias, Ciências Exatas, Ciências Sociais, Ciências Agrárias, Ciências da Saúde, Línguística, Letras e Artes, Multidisciplinar. A cerimônia de premiação acontecerá ainda nesta quinta, às 21 horas.

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Bianca dos Santos Magalhães e Marcello Henrique Gonçalves Mariz são alunos de graduação do Campus Pirapora

Educação profissional e tecnológica

O segundo dia do evento da pesquisa do IFNMG foi também o do I Seminário do ProfEPT, que é o Programa de Pós-graduação em Educação Profissional e Tecnológica de que o Instituto faz parte, como um dos ofertantes do curso de mestrado em rede nacional. Pela manhã, o professor do programa Admilson Eustáquio Prates ministrou palestra da qual participaram não apenas os alunos do mestrado. Sob uma perspectiva filosófica, de acordo com sua formação acadêmica, Admilson propôs reflexões acerca da educação profissional e tecnológica.

O ponto de partida de suas reflexões foram as diferentes perspectivas da educação ao longo da história da humanidade: da educação enquanto redentora de todos os males e mazelas de uma sociedade doente, passando pela educação reprodutora de desigualdades sociais até chegar a uma perspectiva de educação enquanto sinônimo de transformação social e portadora de uma importante função política. Nesta última perspectiva, segundo o professor Admilson, a educação “nem redime, nem reproduz a sociedade, mas serve de meio para se alcançar um projeto de sociedade”. A partir daí e também de reflexões sobre os diferentes concepções sobre o trabalho, o professor do ProfEPT propôs aos alunos do programa de pós-graduação, aos servidores e a todos os presentes na palestra a seguinte reflexão: “Qual é o nosso projeto de educação no IFNMG?”.

À noite, as reflexões e discussões sobre o tema continuaram em uma mesa-redonda, que, além de Admilson Prates, contou com a participação dos professores Suzana Alves Escobar, Maria Aparecida Colares Mendes e Wanderson Pereira Araújo. A proposta era abordar a dualidade educacional, destacando a formação profissional e tecnológica, como manifestação da dualidade inerente do modelo de desenvolvimento capitalista, que determina o tipo de formação de acordo com posições sociais e econômicas dos sujeitos. Estiveram em pauta trajetória histórica, tensões, desafios e possibilidades da educação profissional e tecnológica na perspectiva de (re)construção de uma sociedade justa.

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Os professores Admilson Prates e Suzana Escobar, do mestrado ProfEPT do IFNMG

Tecnologias na educação

A educação também foi a pauta da mesa-redonda que se propôs a refletir sobre a teoria e a prática da formação docente frente às novas tecnologias. Participaram os professores Ana Clara Gonçalves Alves de Meira, Edson Antunes Quaresma, Edna Guiomar Salgado Oliveira e Luana Aparecida Matos Leal, do IFNMG-Campus Salinas, e Thiago José Francisco, aluno de pós-graduação lato sensu em Educação e Tecnologias e que atua em projetos de iniciação científica na unidade.

Na primeira fala da mesa, a professora Luana Leal fez uma retrospectiva para levar o público a pensar sobre o próprio conceito de tecnologia, para chegar mais especificamente às Tecnologias de Informação e Comunicação, as chamadas TICs, de que normalmente se fala quando o tema é tecnologia associada à educação. Segundo Luana, para muitos jovens que já nasceram imersos na realidade das TICs, talvez refletir sobre o que é a tecnologia não pareça fazer sentido, mas é necessário lembrar que muitos professores que estão em sala de aula atualmente são de uma geração que as viu nascer e ascender e têm, agora, que se adaptar a uma realidade que não foi sempre assim.

Um desses professores é Edna Oliveira. Formada no final da década de 1980, Edna acompanhou toda essa evolução, das atividades rodadas no mimeógrafo cheirando a álcool até o uso dos aplicativos em dispositivos móveis na sala de aula. Atualmente, como docente dos cursos de licenciatura do IFNMG, ela diz que o contexto educacional vive um verdadeiro “conflito de gerações”. Isso exige, segundo Edna, da parte dos professores, a iniciativa de conhecer as tecnologias, perder o medo de “tocar e desmantelar as coisas”, brinca, usando uma expressão tipicamente norte-mineira. O próximo passo é pensar o processo de ensino-aprendizagem de uma outra perspectiva, que exige uma postura mais aberta e humilde do professor: “Eu não preciso ser expert em tecnologia, mas preciso ter a certeza da incerteza, de que não domino nada”.

Com vistas a facilitar esse processo, os professores do Campus Salinas desenvolvem um projeto que oferece oficinas de capacitação para professores no uso dessas tecnologias em suas atividades. O público-alvo são os próprios docentes do Campus e também de escolas públicas da cidade. A intenção é de se criar um núcleo de capacitação docente no Campus. Mas iniciativas como essa não são a realidade em todos os ambientes escolares, e a falta de capacitação torna-se um dos maiores problemas quando o assunto é uso das novas tecnologias na educação.

Falando especificamente sobre os problemas vivenciados em escolas públicas, Edna Oliveira aponta a defasagem de tempo entre o surgimento de uma tecnologia, o boom entre os usuários e a introdução do recurso na escola. Ainda sobre a disparidade entre a realidade do mundo da tecnologia e o que está efetivamente disponível para o universo das escolas públicas no Brasil, o professor Edson Quaresma levou para a mesa-redonda dados recentes. Sobre o uso de computadores nessas escolas, por exemplo, os dados apontam problemas sucessivos: número insuficiente de máquinas, falta de conservação e manutenção das máquinas, falta de capacitação, tempo e incentivo para os docentes adotarem as tecnologias em sua prática de sala de aula. Situação que, para Edson, é bem ilustrada pela metáfora das bonecas russas, que são colocadas umas dentro das outras: “Quando se resolve um problema, encontra-se outro”.

Para fechar os trabalhos da mesa, a moderadora, professora Ana Clara de Meira, voltou a falar sobre a forma de usar a tecnologia a serviço do ensino, citando exemplos de atividades que desenvolve em sala de aula com uso de aplicativos e outras tecnologias de fácil manuseio. Ela frisou, no entanto, que mais importante do que saber usar uma ou outra tecnologia é o professor pensar sobre o que pretende fazer com aquela tecnologia e se ela estará realmente a serviço de uma efetiva comunicação com seus alunos. “Não adianta usar o recurso pelo recurso. Você precisa atingir seu público [no caso, os alunos]. Não há como comunicar sem conhecer”, frisou Ana Clara. “O bom professor é aquele que consegue penetrar no mundo do aluno, atingir com ele uma conexão, o que tem tudo a ver com tecnologia, não é mesmo?”.

tecnologia educação

Ana Clara de Meira, Thiago Francisco, Luana Leal, Edna Oliveira e Edson Quaresma, todos do Campus Salinas

Internacionalização

Conexão também é uma boa palavra para definir o momento que aconteceu à noite no SIC para apresentação das oportunidades e experiências de internacionalização do IFNMG. Mas o que é, enfim, a internacionalização de uma instituição de ensino? São apenas como viagens e intercâmbios? Segundo a coordenadora de Relações Internacionais do Instituto, Roberta Silva Santos, a proposta é bem mais ampla. Trata-se de promover a integração multidisciplinar com diversas instituições de ensino no intuito de desenvolver e evoluir a partir de experiências já realizadas no ensino, na pesquisa e na extensão. “É uma evolução global do ensino, do plano curricular, da organização cultural da instituição e de sua comunidade acadêmica”, explicou. Dessa forma, internacionalizar implica oferecer oportunidades de mobilidade, conhecidas como intercâmbio, mas também outras ações, a exemplo de cooperação com instituições internacionais para desenvolvimento de pesquisas e adoção de políticas de ensino de línguas estrangeiras.

De acordo com Roberta, no IFNMG, a proposta de internacionalização está firmada no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2019-2023, o que representa um ganho muito significativo para esse processo. Ela falou sobre as parcerias que o Instituto já tem firmadas com instituições de Portugal, França, Argentina, Espanha, Sudão e Moçambique, além da possibilidade de, em breve, serem firmadas novas parcerias com países da América Latina. E alertou alunos e servidores interessados em participar das ações de mobilidade de que o estudo de línguas estrangeiras deve ser uma das prioridades.

Três estudantes do IFNMG que acabaram de voltar de intercâmbio na Europa estiveram presentes para contar um pouco dessa experiência, que serviu como um divisor de águas em suas vidas. Eles estiveram de setembro de 2018 a fevereiro deste ano em Portugal. Marcos Vinícius Miranda Aguilar, do curso de Engenharia Florestal, e Luiz Antônio Teixeira Neto, do curso de Ciências Biológicas, ambos do Campus Salinas, foram para o Instituto Politécnico de Bragança. Já Matheus Barbosa Nobre, graduando de Administração do Campus Pirapora, teve a experiência no Instituto Politécnico de Santarém. Eles falaram sobre as disciplinas que cursaram e estágios que tiveram a oportunidade de realizar em Portugal, além de pontuarem as principais diferenças e semelhanças entre os sistemas de ensino e as instituições que conheceram e o IFNMG. Também relataram as dificuldades por que passaram antes, durante e depois do intercâmbio. Os três estudantes reconheceram a importância da experiência acadêmica proporcionada pelo intercâmbio, mas foram unânimes em admitir que a experiência cultural sobrepõe-se a todas as outras. Línguas, sabores, cheiros e interações com pessoas de tantos países diferentes é o que mais vai marcar a vida desses estudantes.

Internacionalização

Carla Burle, da Procuradoria do IFNMG, Roberta e os estudantes Matheus, Marcos e Luiz Antônio

Para mais informações, acesse o site do evento: www.even3.com.br/sicpirapora.

Confira mais fotos do evento na página do IFNMG no Facebook.

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