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SIC 2018 - ENTREVISTA: Publicação de Artigos Científicos

Publicado: Quarta, 25 de Abril de 2018, 17h12 | Última atualização em Quarta, 25 de Abril de 2018, 17h12

Entrevista com a Professora Dra. Neide Judith Faria de Oliveira, que ministrou o workshop Como Publicar um Artigo Científico: perspectiva do ponto de vista editorial.

O workshop aconteceu no âmbito do Seminário de Iniciação Científica - SIC 2018, realizado no campus Araçuaí de 24 a 27 de abril de 2018.

Por
Giovanna Campos Lopes*
Estudantes do 3° ano do Ensino Médio Integrado no IFNMG - Campus Araçuaí. Membro da equipe de IMPRENSA do SIC.

workshopProfa. Dra. Neide Judith Faria de Oliveira, durante o SIC 2018

Palestrante​: Eu sou a professora Neide, formada em medicina veterinária, tenho mestrado e doutorado na área de clínica e cirurgia e leciono no Instituto de Ciências Agrárias da UFMG há 11 anos. Hoje nós apresentamos aqui um workshop sobre a publicação de artigos científicos, como publicar com a visão do corpo editorial. Eu sou membro do comitê editorial do períodico que é o Caderno de Ciências Agrárias. Hoje trabalhamos basicamente as formas de publicação, o que pode melhorar, a chance de se ter um artigo publicado, a importância da escrita científica de qualidade com ética, evitando o plágio e outros problemas de construção do texto científico que dificultam os autores a publicarem.

- Qual foi o público alvo do workshop?
O público alvo são os professores, os alunos de graduação e também do ensino médio porque invariavelmente, todos nós que estamos relacionados com a educação escrevemos, seja artigos, resumos, resumos expandidos, banners, relatórios. Tudo que falamos aqui para o artigo científico aplica-se em menores proporções aos resumos e posters e a tudo que iremos escrever, bem como relatórios de aulas práticas e os demais.

 - Como foi que você se preparou e dominou a técnica do artigo científico?
Já sou formada há 20 anos e tenho mestrado e doutorado, então a carreira acadêmica começa aí. Antes disso eu fui monitora de graduação por dois anos e tive uma orientação muito presente - o papel da minha orientadora foi muito importante para me incentivar a escrever esses textos científicos, e agora eu tento passar isso para os meus alunos e para vocês que nos convidaram esse evento. Essa preparação é árdua, envolve muita leitura, muita correção, alguns cursos de português porque às vezes, como um colega perguntou no workshop, temos algumas deficiências na aprendizagem de português e precisamos completar com algum curso extra... Essa é a preparação: estar "antenado" para esse assunto.

- Como você acha que o workshop irá contribuir para a sociedade?
Eu espero que essa contribuição venha para dispertar o nosso público alvo, os colegas da graduação, do ensino médio e os professores para a importância de comunicar os nossos resultados. Porque existe muita gente que faz boas pesquisas, coletam os resultados e depois esses resultados ficam “na gaveta” e não são comunicados para o mundo científico, ou quando são, às vezes não é pela melhor forma.

- De que modo você aconselharia uma pessoa para que ela melhorasse na escrita e argumentação, já que essas são fundamentais não só para os artigos como também para vários vestibulares?
Melhorar a escrita e melhorar a redação exige leitura, treino e correção. Ler tudo o que você puder, treinar, pedir a orientação de pessoas, tentar frequentar cursinhos, existem muitas video aulas na internet, sem custo e disponível para baixar nos canais.

- Quais as penalidades que o plágio no artigo pode trazer?
Isso é grave! O plágio, primeiramente, é crime segundo o código civil. Para nós da academia, recentemente tivemos um caso triste de caçassão de um título de doutorado, porque a pessoa plagiou a tese. E isso está publicado nos jornais! Então podemos ter problemas de caçassão de títulos, processos na justiça porque o autor do trecho pode processar por apropriação que ele escreveu, se a fonte não for citada, e mesmo estando citada, dependendo da escrita, pode ser considerada plágio. A comunidade científica tem sempre que ficar atenta para evitar o plágio. Ainda pior que o plágio, é a história do auto plágio. Para aumentar o número de publicações a pessoa fica se repetindo, isso também é plágio e isso é fraude, deve ser a todo custo evitado.

- Como podemos adquirir fontes seguras?
Bom, geralmente hoje temos muita coisa disponível na internet para fontes de pesquisas mais seguras. Vocês, por exemplo, têm acesso aos periódicos da Capes, o que é muito bom, já que é uma grande frustração a pessoa às vezes clicar no artigo e precisar pagar para ter acesso. Sugiro algumas fontes: periódicos da Capes, o site PubMed, SciELO e periódicos que tenham uma página, uma história, um nome a zelar. Muita coisa que vemos que é aventura editorial, então temos que fugir dessas coisas.

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