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Documentário “Segregadas” é exibido a estudantes do IFNMG

Publicado: Sexta, 04 de Agosto de 2017, 15h19 | Última atualização em Terça, 22 de Agosto de 2017, 11h08
Documentário está inscrito em diversos festivais de cinema. Após os festivais, o longa será disponibilizado na internet. Mas ainda neste ano, o documentário será exibido em outros campi do IFNMG
imagem sem descrição.

Quatro mulheres: Dona Lita, Ana Lúcia, Rosineide e Dalvina. Sabe o que elas têm em comum? São da periferia de Montes Claros, sobrevivem do lixo e têm esperança em um futuro melhor. A história delas está gravada no documentário “Segregadas”, do diretor Diego Dutra, que revela uma realidade que muitos não conhecem. Os alunos do IFNMG-Campus Montes Claros mostraram interesse em conhecer essa história e fizeram questão de assistir ao documentário, que deu uma aula sobre pobreza urbana, segregação socioespacial e humanidade.

A exibição do documentário foi possível graças a uma parceria da Pró-Reitoria de Extensão com o Campus Montes Claros, por meio da disciplina de Sociologia, ofertada aos alunos dos cursos técnicos integrados. “A Extensão do IFNMG busca levar os alunos para a sociedade, mas também buscar trazer a sociedade para dentro do Instituto. Exibir o documentário ‘Segregadas’ oportuniza que nossos alunos possam ver uma realidade que talvez não seja tão conhecida por todos. Trata-se de uma forma de promover reflexões e diálogos que possam culminar em ações, ou seja, possam resultar em projetos de pesquisa e extensão tanto no âmbito do IFNMG quanto em outras instituições em que esses alunos estejam inseridos”, afirma a pró-reitora de Extensão do IFNMG, Maria Araci Magalhães.

Para o diretor do IFNMG-Campus Montes Claros, Renato Cota, a exibição do filme cumpre com um das missões do Instituto: promover o diálogo crítico com a sociedade. "O documentário proporcionou um choque de realidade, pois às vezes vivemos fechados em nosso mundinho e não sabemos o que acontece em nosso entorno. Além disso, o filme apresenta uma dicotomia, porque os moradores da comunidade não querem morar na cidade. Isso coloca a gente para refletir sobre o conceito de felicidade e entender que ter é diferente de ser", destaca o diretor, que ficou muito satisfeito com a participação crítica dos alunos. 

Da teoria à prática

O servidor Danniel Ferreira Coelho, professor da disciplina de Sociologia, organizou a exibição do filme para os alunos e defende mais ações dessa natureza no Instituto. Para ele, o filme é a aplicação prática do conteúdo de Sociologia. “No campo epistemológico, existe uma discussão sobre a introdução do pensamento crítico, para que sejam desnaturalizadas coisas que parecem naturais, mas tudo isso fica num campo muito teórico até vermos a realidade na nossa frente. E talvez esses jovens estudantes não conhecessem uma realidade que é tão próxima da gente, por isso é tão importante trabalhar um documentário com essa temática na disciplina de Sociologia”, defende o professor.

De fato, aprender é a palavra de ordem para o diretor do filme. Para compreender toda a situação das quatro mulheres, a equipe de filmagem e produção conviveu com a comunidade durante 30 dias. A mesma comida, a mesma bebida e o mesmo cheiro forte que vinha do lixo foram compartilhados entre os membros da equipe cinematográfica e os da comunidade. Para Diego (foto abaixo), o aprendizado veio justamente da experiência que tiveram. “Se não aprendermos alguma coisa com esse documentário, se não melhorarmos como ser humano, não somos humanos, somos feitos de pedra”.

Foto 1 Segregadas

A aluna do 1º ano de Informática, Ana Caroline Antunes Dias, diz ter aprendido com o documentário sobre a importância de preocupar com o que de fato importa. “Tanta coisa para nos preocuparmos, e a gente preocupando com coisas tão fúteis. Assistir ao documentário fez com que eu desenvolvesse mais ainda o meu sentido crítico em relação à humanidade e compreender o quanto a humanidade ainda precisa evoluir para enxergar essas pessoas”, aponta a estudante.

Promoção do debate

O documentário “Segregadas” foi produzido na comunidade de Palmital, uma ocupação irregular em Montes Claros. Toda a comunidade sobrevive do lixo. Para discutir esse assunto, a arquiteta e urbanista Rose Lima, esposa do diretor Diego Dutra, realizou um trabalho de faculdade em que o propósito consistia em apresentar as condições de moradia da população de Palmital. “Nós tivemos uma experiência de laboratório com eles. A ideia do documentário foi exatamente saber o modo de vida deles, de que maneira eles vivem, qual era a situação econômica daquele lugar, se eles gostavam ou não daquela realidade. Não tínhamos o objetivo de apontar se as condições eram adequadas ou não”, explica a arquiteta e urbanista, que também atual na direção e produção do filme.

O trabalho virou um documentário longa-metragem e já foi inscrito em diversos festivais de cinema no Brasil e no exterior. Depois que se encerrar o ciclo de festivais em que o documentário foi inscrito, ele será disponibilizado na internet.

A servidora da Extensão Lunna Chaves Costa, que também participou da organização para a exibição do documentário, disse que, com o sucesso da apresentação, o próximo passo é um plano de exibição em todos os campi do IFNMG ainda neste ano. “O professor Wallas Jardim e os diretores-gerais de todos os campi já se mostraram mobilizados com a causa de levar um conteúdo artístico de qualidade ímpar, produzido por nossa gente e para a nossa gente. O calendário será publicado assim que for aprovado por todos”,informou Lunna.

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